sábado, junho 10, 2006

A PORTUGUESA

Quando vi a Dulce Pontes a cantar o Hino Nacional, fiquei chocada como alguém pode aldrabar descaradamente assim a letra de um símbolo nacional. Fui pesquisar, para saber se existiriam mais versões do hino e se a que tinha aprendido na escola primária, era a correcta ou não. Então aqui vai, um pouquinho de história do nosso hino.

"A Portuguesa", que hoje é um dos símbolos nacionais de Portugal, nasceu como uma canção de cariz patriótico em resposta ao ultimato britânico para que as tropas portuguesas abandonassem as suas posições em África.
Foi composta em 1890 com letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil, e foi utilizada desde cedo como símbolo patriótico mas também republicano.
A Portuguesa, proibida pelo regime monárquico, que originalmente tinha uma letra um pouco diferente- "contra os canhões", incialmente dizia-se "contra os bretões", ou seja, os ingleses - substituiu o Hymno da Carta, o hino da monarquia.
Uma vez que apareceram várias versões do hino, não só na linha melódica, mas também nas instrumentações, o governo nomeou uma comissão encarregada de estudar uma versão oficial de A Portuguesa. Foi elaborada uma proposta que seria aprovada em Conselho de Ministros a 16 de Julho de 1957 , mantendo-se o hino inalterado deste então, tornando-se símbolos nacionais de Portugal na constituição de 1976.
O hino é composto por três partes, cada uma delas com duas quadras , seguidas do refrão, uma quintilha. Apenas a 1ª parte é usada em cerimónias oficiais.


A Portuguesa (1890 com alterações de 1957)
I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O oceano, a rugir d`amor,
E o teu Braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
in Wikipédia

Para quem não quer fazer má figura, pode ir treinando em www.heroisdomar.com/hino/, e já agora a versão que aprendi na escola primária foi a correcta.

1 Comments:

At 9:53 da manhã, Blogger Bruno said...

Por acaso já tinha ouvido a Dulce Pontes a cantar o Hino aquando da iniciativa da bandeira Nacional constituída só de mulheres e tinha-me parecido que algo estava errado, até pensei que fosse eu que estava errado, pois não pensava que numa cerimónia daquelas alguém fosse cantar uma versão alterada do Hino.

Já agora eu não me lembro de ter aprendido o Hino na escola! LOL :P

 

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